Um
protesto pode ser uma grande corrente ou apenas algumas ondas de um movimento
maior. A corrente pode ser pequena como um rio ou vasta como um oceano, causar
pequenas ondulações ou estar presente em um maremoto. O importante é sacarmos o
movimento das ondas, anteciparmos seus efeitos e, estarmos preparados
para as pequeneza ou grandiosidade do que está por vir.
O que
está acontecendo aqui em Porto Alegre, São Paulo, Gôiania, Rio e outras tantas
cidades e outras tantas cidades é, de certo modo, o que vem acontecendo no
mundo inteiro em ondas. É um movimento espontâneo e pouco organizado que,
aparentemente, começou na ocupação em Wall Street e passou pela Primavera Arábe
inundando com manifestações também Istambul, Teerã, Londres e etc.
Todas essas
manifestações são inspiradas na crença de que todos nós, unidos, sem líderes oportunistas
e sem qualquer uniformização de nossos sonhos pessoais, podemos fazer transformações
importantes ao sairmos de casa para protestarmos em lugares públicos, a fim de
mostrarmos aos filhos da puta quem é que está no comando.
Já fui
em algumas passeatas ao longo da minha vida. Sempre gostei de política e sempre
tive a certeza que com o preparo e o coração certo, eu tinha a capacidade de
mudar o mundo ( ou pelo menos um metro quadrado dele). Porém não sou filiada a
nenhum partido (não mais, né PT...) . Me considero uma garota comum. Não tenho
um espírito selvagem. Eu gosto da calma, sou pouco ambiciosa e muito, muito
acomodada. Pra mim, tendo um refrigerante ( e nem precisa ser Coca, sou uma
garota de gostos simples) e um vídeo-game, ta de bom tamanho. Nunca reivindiquei
um direito meu ou corri atrás de um prejuízo concernente á mim. Mas quando é
com os outros, daí a coisa muda de figura. Pelos outros eu assumo um papel
revolucionário. E não que a minha pretensão liderar milhões, não. Mas escolhi fazer a faculdade
que fiz, pois um âmbito dela, me dá a oportunidade de revolucionar alguns
metros quadrados do mundo (entenda revolucionar como ‘’educar acerca da saúde’’
e alguns metros quadrados do mundo como ‘’um bairro/comunidade’’, falei, sou
uma garota de desejos simples). Eu tenho essa obrigação para com as pessoas,
porque sou mais inteligente e mais boazinha que a maioria delas.
Dito
isso, fica óbvio que apoio todos esses protestos. Claro que algumas coisas são lamentáveis.
Jovens da geração leite com pêra dizendo ‘’primeira vez que sinto orgulho de
ser brasileiro’’, tchê... Não. Isso não ta certo. E não vou explicar o porquê. E
se tu me perguntar ‘’ Ah Laís, tu tem orgulho de ser brasileira????’’ Eu vou,
antes de te mandar pra putaquepariu, te dizer, que o problema, não é a minha
nacionalidade. O problema, é a minha raça. Eu ser HUMANA que fode tudo. Porque
não é o brasileiro que não presta. O ser humano que não vale nada. Ok. Dai
claro, tem algumas coisas risíveis, como o impeachment da Dilma... Tchê... Não.
Isso não ta certo. E não vou explicar o porquê. Outra coisa chata, é a baderna
e a depredação. É triste de ver. Mas, fazer o que? Situações desesperadoras
exigem medidas desesperadoras! E mais, vandalismo é o que esses plutocratas
fazem na vida das pessoas. Violência é a não punição de um bandido engravatado.
Destruição, é a porta do pobre que o político arromba todos os dias. Então se
pra sociedade ser ouvida, se faz necessário uns prédios pixados e vários ônibus
queimados, ok. Isso não é pior do que o governo faz.
Eu
acredito na construção de um mundo melhor (embora eu saiba que a tendência das
coisas é sempre piorar), mais justo. Eu acredito numa vida mais digna. Não pra
mim. Eu to bem com o meu Playstation. Mas para os outros. E por mais utópico
que seja... Bem, existe uma frase que diz:
'A
utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois
passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu
caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que
eu não deixe de caminhar.'
Então,
que tu não deixe de caminhar.
Que ano
que vem façamos a nossa maior e melhor passeata, até as urnas.
Que essa mesma
paixão pela democracia que te faz sair de casa hoje, esteja contigo no momento
do teu voto.
Que tu acredite no
utópico.
Que tu corra atrás
do utópico.
Que tu não perca a
fé.