quinta-feira, 20 de junho de 2013

De Quando O Galo Insistiu Em cantar.

  Um protesto pode ser uma grande corrente ou apenas algumas ondas de um movimento maior. A corrente pode ser pequena como um rio ou vasta como um oceano, causar pequenas ondulações ou estar presente em um maremoto. O importante é sacarmos o movimento das ondas, anteciparmos seus efeitos e, estarmos preparados para as pequeneza ou grandiosidade do que está por vir.
  O que está acontecendo aqui em Porto Alegre, São Paulo, Gôiania, Rio e outras tantas cidades e outras tantas cidades é, de certo modo, o que vem acontecendo no mundo inteiro em ondas. É um movimento espontâneo e pouco organizado que, aparentemente, começou na ocupação em Wall Street e passou pela Primavera Arábe inundando com manifestações também Istambul, Teerã, Londres e etc.
  Todas essas manifestações são inspiradas na crença de que todos nós, unidos, sem líderes oportunistas e sem qualquer uniformização de nossos sonhos pessoais, podemos fazer transformações importantes ao sairmos de casa para protestarmos em lugares públicos, a fim de mostrarmos aos filhos da puta quem é que está no comando.
  Já fui em algumas passeatas ao longo da minha vida. Sempre gostei de política e sempre tive a certeza que com o preparo e o coração certo, eu tinha a capacidade de mudar o mundo ( ou pelo menos um metro quadrado dele). Porém não sou filiada a nenhum partido (não mais, né PT...) . Me considero uma garota comum. Não tenho um espírito selvagem. Eu gosto da calma, sou pouco ambiciosa e muito, muito acomodada. Pra mim, tendo um refrigerante ( e nem precisa ser Coca, sou uma garota de gostos simples) e um vídeo-game, ta de bom tamanho. Nunca reivindiquei um direito meu ou corri atrás de um prejuízo concernente á mim.      Mas quando é com os outros, daí a coisa muda de figura. Pelos outros eu assumo um papel revolucionário. E não que a minha pretensão liderar  milhões, não. Mas escolhi fazer a faculdade que fiz, pois um âmbito dela, me dá a oportunidade de revolucionar alguns metros quadrados do mundo (entenda revolucionar como ‘’educar acerca da saúde’’ e alguns metros quadrados do mundo como ‘’um bairro/comunidade’’, falei, sou uma garota de desejos simples). Eu tenho essa obrigação para com as pessoas, porque sou mais inteligente e mais boazinha que a maioria delas.
  Dito isso, fica óbvio que apoio todos esses protestos. Claro que algumas coisas são lamentáveis. Jovens da geração leite com pêra dizendo ‘’primeira vez que sinto orgulho de ser brasileiro’’, tchê... Não. Isso não ta certo. E não vou explicar o porquê. E se tu me perguntar ‘’ Ah Laís, tu tem orgulho de ser brasileira????’’ Eu vou, antes de te mandar pra putaquepariu, te dizer, que o problema, não é a minha nacionalidade. O problema, é a minha raça. Eu ser HUMANA que fode tudo. Porque não é o brasileiro que não presta. O ser humano que não vale nada. Ok. Dai claro, tem algumas coisas risíveis, como o impeachment da Dilma... Tchê... Não. Isso não ta certo. E não vou explicar o porquê. Outra coisa chata, é a baderna e a depredação. É triste de ver. Mas, fazer o que? Situações desesperadoras exigem medidas desesperadoras! E mais, vandalismo é o que esses plutocratas fazem na vida das pessoas. Violência é a não punição de um bandido engravatado. Destruição, é a porta do pobre que o político arromba todos os dias. Então se pra sociedade ser ouvida, se faz necessário uns prédios pixados e vários ônibus queimados, ok. Isso não é pior do que o governo faz.
  Eu acredito na construção de um mundo melhor (embora eu saiba que a tendência das coisas é sempre piorar), mais justo. Eu acredito numa vida mais digna. Não pra mim. Eu to bem com o meu Playstation. Mas para os outros. E por mais utópico que seja...          Bem, existe uma frase que diz:
'A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.'
  Então, que tu não deixe de caminhar.

  Que ano que vem façamos a nossa maior e melhor passeata, até as urnas.

  Que essa mesma paixão pela democracia que te faz sair de casa hoje, esteja contigo no momento do teu voto.
  Que tu acredite no utópico.
  Que tu corra atrás do utópico.
  Que tu não perca a fé.   
 
Que a Força, esteja com você.